Lembro que sempre sonhei viver de amor e palavras!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Tenho medo de gente comum. Não, não sou excêntrica, exótica ou afrodisíaca. Não, não vivo aventuras emocionantes e eletrizantes como artistas de cinema. Não, não tenho jornadas incomuns e admiradores espalhados por todos os lugares. Não, não sou motivo de orgulho ou vergonha para ninguém. Não, não inspiro romances, músicas ou poesias. Não, não há hoje nenhum apaixonado por mim. Não, não tenho um dom solene ou sou capaz de fazer algo que ninguém jamais ousou fazer. Não, não possuo fortuna financeira. No entanto, não sou comum. Vivo cercada por tantas tristezas, que me ponho muitas vezes a padecer e nada fazer para mudar tal situação. Isso não é motivo para grandes preocupações, tantos por ai carregam mundos nas costas e eu aqui, a lamentar-me porque vivo sem fortes emoções. Sempre fui tão mimada, sou egoísta e bastante dona de mim. Estou acostumada a ter tudo nas mãos e a jamais ser contrariada. Temperamento difícil, alma audaciosa e insolente. Mas, não faço por mal. É que o tédio anda tomando conta de mim e mudando constantemente o tom do meu céu. Acho feio tudo o que me aparece e caio em lágrimas por qualquer bobagem. Vivo as emoções alheias por falta de minhas próprias. Recorro a livros, filmes e falatórios intermináveis com pessoas mais interessantes que eu. Pouco tempo depois, percebo que nem são tão interessantes assim e logo me cansam. Daí, já estou aborrecida e saio rogando pragas para qualquer um que ousar cruzar meu caminho. Dispenso amabilidades e peço perdão aos meus por viver assim, em prantos. Olha só, eu não sou comum e não necessariamente gosto disso. Talvez, ser comum seja bem mais fácil. Mas, eu não sou. Tento abolir da minha vida as expectativas. Coisa mais chata essa, acreditar e esperar coisas que nem sempre acontecem e te fazem chatear. Já que eu não tenho um amor a quem dedicar versos e músicas, e poesias e palavras jogadas ao vento; vou assistir ao amor de alguém e planejar fazer o mesmo daqui um tanto de tempo. Já que eu não estou participando de nenhum grande acontecimento e não estou prendendo a atenção de ninguém; vou ler algo do tipo e depois escrever, imaginando-me em seu lugar. Se a minha vida não estivesse e permanecesse nessa montanha russa de emoções, não estaria escrevendo isto aqui, e tão pouco algum interessado iria ler e achar tudo muito lindo.

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