Tédio!

terça-feira, 31 de março de 2009


Incrível como as pessoas nunca se satisfazem com o que realmente possuem. Estão sempre em busca de algo a mais, ou melhor, à espera de algo mais. O momento não é o melhor, muito menos o mais apropriado, a melhor fase de sua vida ainda não chegou; é necessário que isso ou aquilo aconteça para que só então se chegue a plenitude.
A escola não basta, afinal, a faculdade sim é uma bela vida. Liberdade, auto-afirmação, autonomia. Além, é claro, das festas, novas amizades, nova rotina. Até que, enfim, ela chega. E tu percebe, decepcionado, que as coisas não se divergem tanto assim. Tirando o fato de você ter que estudar um pouco mais, sentir saudade dos velhos amigos e possuir dois ou três novos pêlos. Mas ainda assim, não perca as esperanças, nada como um bom emprego para consolidar felicidade.
Depois de um certo amadurecimento, natural ou forçado, é possível entender o porquê de - frustrando nossos planos certos da adolescência - não ficarmos ricos em um ano. O mercado de trabalho, assim como qualquer coisa na vida, é um pouco mais complicado do que esperamos. Então, é preciso sonhar com uma família, um bom casamento...
Sempre à espera do príncipe encantado. Aquele que vai aparecer na hora certa, no lugar certo, te dizer as coisas certas e tu imediatamente vai perceber que é o tal do cara da sua vida. Sempre à espera da aceitação naquele grupo de amigos. Sempre à espera do reconhecimento da sociedade. Sempre à espera da própria história.
Custa e machuca entender que tudo isso é utopia. No entanto, é pior quando já esperamos demais e não podemos voltar atrás. Pare de achar que algo vai acontecer e faça com que aconteça. Você é responsável por sua história, e, ao contrário de você, ela não está esperando para começar. Levanta daí, para de ler as baboseiras que eu escrevo e vá viver, vá!

Seja um idiota!

sexta-feira, 27 de março de 2009


Como se já não fosse suficientemente insatisfatório todos os momentos de extrema seriedade que a vida nos cobra dia após dia, algumas pessoas ainda levam isso para as coisas pequenas. Talvez por hábito ou simplesmente por subestimarem as tais "coisas pequenas". Com a pouca experiência de vida que tenho e o pouco conhecimento que já nutri, sei perfeitamente que é desses pequenos momentos, tidos como insignificantes, que se conhece a tal felicidade. Ninguém sorri 24h por dia e se o preço do condomínio subir não irão achar lindo, talvez o sindico - bom para ele. No entanto, deixemos a seriedade para quando ela for irrevogavelmente necessária. No mais, seja um idiota.
Se caiu, acredite: as pessoas irão rir. Seja a primeira delas, dê o exemplo. Estão olhando pra tua namorada? Que tal parar de bancar o homem das cavernas, guardar os palavrões para si e pensar: Ela está comigo - hum - sorte a minha. Na sua grande maioria, os relacionamentos em geral se desgastam pela simples falta de idiotice. Antes de vergonhoso ou constrangedor, chega a ser saudável rir dos outros e de si mesmo.
Talvez hoje, no auge dos meus 16 anos, ainda não tenha passado por dificuldades suficientes para levar a seriedade um pouco mais a sério. (?) Bem, a verdade é que eu ainda não cresci, e nem quero. Agora, irei me recolher a minha própria insignificância, a de uma adolescente satisfeita demais com a própria vida e que usou isso como um hálibe para tentar argumentar sobre a tal da felicidade.

Não estás aqui

E como num todo, sou só metade se não estás aqui. Se não estás aqui, os pássaros se esquecem de cantar e até as flores de encantar. Meu mundo mesmo, só volta a girar se estás aqui. Mas não estás aqui, e eu me ponho a vagar; um violão, uma pinga. Será certo fazer o coração de um poeta se partir? Se não estás aqui sou só tristeza, carranco. O mar fica com pena de mim. Ah, se estivesses aqui, eu me esquecia do calçado, corria pelo asfalto, ignorando buchichos e afins. Se não estás aqui, ponho-me daltônico; perco as cores, perco o sono, perco o rumo, perco o sorrir. Se não estás aqui, não sei o que é alegria, já que um dia prometeste que a tua seria sempre minha; e a minha em si, somente a ti pertenceria. Mas tu não estás aqui, não foi fiel a tua promessa, muito menos a mim. E eu, como bobo que sou, gabava-me de não ser bobo por ninguém; querida, sou bobo, muito bobo por ti. Se não estás aqui, goiaba passa a ter gosto de banana; canto para ninguém ouvir; as nuvens deixam de perfumar os sonhos, afinal, se não estás aqui, só há pesadelos em mim. Mainha, se estivesses aqui, aquela minha vizinha, D. Marcinha - mulher cheia de prosa, de muita conversa -, deixaria de me perseguir. Dizes que sou malandro, poeta, boêmio, que possuo o dom de persuadir. E que, então, toda cocota e maria brejeira vêm logo atrás de mim. Ô mainha, se estivesses aqui, eu diria que só tenho olhos para ti, e que há de ser sempre assim. Será mesmo que não vês que sou louco por ti? Vou me cortar com uma faca de cozinha; abacate, pão de mel, céu, bossa nova, feirinha. Seria lindo de se ver, tuas curvas fazendo charme, refletidas nos mares da Bahia. Se estivesses aqui, não te deixarias partir; te poria em tronco, corrente, açoite. Te obrigaria a ser eternamente, neguinha, eternamente, sempre minha. Mas não estás aqui... Mas não estás aqui... Mas não estás aqui...

Tempos modernos, ein.

segunda-feira, 23 de março de 2009



Despertencimento. Ainda espero pelo momento em que eu vou estar sentada, recordando tempos de adolescência. Tempo esse que não a mim, sinceramente, devia de pertencer. Mas o que há de se fazer? Nascer na época errada não foi de todo meu querer. Depois dos céus e dos infernos, o que se há de haver? Não se carece de uma sala cheia de espelhos, meu reflexo é você. E sempre que me vejo em ti, há de dentro para fora uma menininha usando saia codê, rouge, glacê. Rock Dancers, love song, baby. Bill Haley, Johnny Cash, Elvis Presley? Puro Glamour!Transpirando feminilidade, ápice da moda, da publicidade, da boa música, do bom gosto.

"E então, eu estava imaginando se você gostaria de ir ao Baile Orquestral ouvir Élcio Álvares essa noite. Passarei na sua casa às 8 (vestido com esmero, topete, muita brilhantina, sapatos bem engraxados), com meu Cadilac De Ville vermelho. Eu poderia te ensinar a dançar bolero... Aliás, já comentei que sua face fica ainda mais graciosa com pouca pintura?"

Cute, huh?

E ainda assim, há quem duvide

sexta-feira, 20 de março de 2009

...Cada verso que eu ainda não escrevi, cada lugar que me falta conhecer, cada beijo guardado; tudo esperando por você. Até os dias não se demoram mais a passar; as horas, os minutos, já cansei de contar. Tenho feito promessas, juras de amor ao vento, corações rabiscados em um papel qualquer.

"Somente sendo feliz por ela se importar comigo. Somente me regozijando por ter ganhado a sua afeição. Somente imaginando dia após dia sentado ao seu lado, ouvindo sua voz e recebendo seus sorrisos." (sol da meia noite)