Teus olhos

sábado, 23 de janeiro de 2010

Teus olhos castanhos me lembram os mares da Califórnia. Pela areia rala avistada nas águas cristalinas. Tão bom seria poder confiar nesse olhar, nesses olhos castanhos e traiçoeiros. Similares ao tom dos troncos e galhos gastos no nosso jardim. Ô olhar cruel, sai de mim. Faça esse favor, faça. Esqueça quem um dia te amou demais. Meu coração, cheio de aconchego, já ama outro rapaz. Tão bom seria se tivesses um olhar esverdeado, menos acovardado. Lindo seria de se ver, um olhar violeta, ou até mesmo azul turquesa. Pra quê queres olhos castanhos, moço? Já não te bastas tantas dúvidas e incompreensões? Tantas são essas contradições. Ainda assim, mantém olhos castanhos, vagos, alheios a corações. Moça... Guarda esse teu coração, vê se cuida e não solta mais não. Tem esse moço aí, esse moço bonito, de pele bronzeada, a te esperar. Ele pediu que te preparassem um pouco de café, até mesmo de chá. Há tanto não lhe vê, já nem sabes do que gosta mais. Moça, vá sim! Arruma já esse cabelo e põe algo bonito de vestir. Sorria como sempre costuma sorrir. Tome do café que ele te oferecer, sente onde ele te sugerir e o faça sentir... Sentir o quanto hoje, sem ele, está ainda - mais - feliz. Depois se vá, vá para longe e nada de sonhar. Deixe olhos castanhos para trás.

Muda esse olhar, muda esse olhar que eu odeio amar.
Teu coração é meu. Há tempos é assim. Teus olhos só abrem pra mim. Teu jeito é tão sereno, meu menino. Teu corpo, tão semelhante ao meu, encaixa-se bem só assim, só em mim. É que teus olhos só abrem assim, por mim. É que me disseram que sempre assim seria. Eu, tua menina. Ai de mim, por que sofro assim, um sofrer que já não cabe em mim? Ai, menino bonito, vem me ver. Diz que sim, ando perdendo meu sono por conta do'cê.