segunda-feira, 18 de maio de 2009

Pertenço a uma família mediana com renda mediana. Tendo por hábito juntar meu rico dinheirinho com o intuito de satisfazer meus gastos fúteis e superficiais. Não sou o tipo de pessoa que mesquinha os vinte centavos de troco no ônibus, mesmo achando injusto não os receber com o argumento de o trocador não os possuir. “Terá que esperar um pouco, não os tenho agora.” Está bem certo que eu não o esperaria muito mais quando minha parada fosse solicitada. Assim eu fiz. Não guardei qualquer rancor do moço que me atendera, prefiro acreditar que ele teria me dado - o que me era de direito -, se mais alguém tivesse entrado no ônibus. Talvez sua consciência devesse pesar ao saber que estava tornando-se um profissional menos responsável por isso, bem, a minha pesaria. Convenhamos, minha mente não é tão cruel a ponto de desejar extorquir meus queridos vinte centavos de um provável pai de família que se desgasta dia após dia em um cubículo desconfortável e mal cheiroso. Por fim, creio que não me torno alguém mais rico ou mais pobre por conta de míseros vinte centavos. A outros tantos, é provável que valha bem mais. Não irei esquecer-me de anotar o acontecido em meu caderninho cor-de-rosa com inúmeras de minhas boas ações. Pretendo apresentá-lo aos céus quando for o momento certo.

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