Platônico

sábado, 1 de maio de 2010

Comprei um vestido azul, porque soube que é dessa cor que você gosta mais. Posso até morar em Londres, se assim preferir. Posso deixar o cabelo crescer. A verdade é que nem mesmo sei se é de azul que você realmente mais gosta. No entanto, espero que sim, pois, assim é nos meus sonhos. Nos sonhos que tenho com você. Naqueles em que você aparece e me convida a dançar. E, depois de uma ou duas doses, deitamos um sob o outro, sobre o outro, sempre com aconchego, sempre em sintonia. Cantamos uma poesia qualquer e conversamos sobre o desejo de viver da música que corre em nossa alma. Na alma que compartilhamos. Enquanto tontos e apaixonados, ínfima é qualquer agonia, qualquer desamor. Estamos vivendo na extensão da paixão. No extremo daquilo que faz um ser vivo feliz. Então, não demora. Creio que já passe da hora de você me visitar. De bater levemente a porta do meu quarto e conhecer meus lençóis. Não nos vejo a cerca de dois dias, não nos vejo de mãos dadas. Estou agonizando por saudade de você. Por saudade da tua voz e da tua barbicha. Pela falta do teu riso e do teu cabelo ondulado. Corre tua mão rala pelo meu corpo calejado e me beije um beijo apaixonado, como tenho sonhado há uma semana, desde que te conheci, desde que nos conheci. Juntos, entrelaçados, nas lembranças que criei do nosso futuro não tão distante.

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