Soneca

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu quis te conhecer, mesmo sem saber. Mesmo sem saber se você seria o rapaz de olhos claros por quem eu esperei. Mamãe e seu crochê se assustaram ao perceber que lápis de cores estavam espalhados pelo quarto. O quadro branco estava rosado. A cocha de cama azul estava florida como meu vestido estampado. As paredes amarelas estavam agora amareladas de raios de sol que cortavam o verde das macieiras, e laranjeiras, e mangueiras. E aquele ninho de colibris que desenhei. Pintei também um sorriso, desses bem bonitos. Pintei o chão, meu coração. Mas e o amor, deixei de sua própria cor, cor e tom, e o som, o som das batidas agitadas. Mas e o rapaz que conheci. O deixei ali, assim, não resisti ao ver aqueles lindos olhos pretos rindo para mim. E ah, meu Deus, diga que esse lance está predestinado, e que serei assim, eternamente assim, sua, minha. Eu e você, juntos até o fim. Fazendo da difícil eternidade o nosso lar, da cama a nossa casa. E se a minha saudade apertar, entenda, meu bem, é só a expressão da minha imensa vontade. Eu quis te conhecer, e eu não vou te perder, pra não me esquecer de como é ser...

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