sábado, 17 de julho de 2010



Os dias estão bons e bonitos. E felizes também. A minha vida está boa e bonita, como você. Estamos em julho, e aquela chuva rala de ontem veio para florescer o caju. Os passos largos que dou pelo sol matinal representam minha pressa, a pressa de te ver, de encontrar suas bochechas rosadas sorrindo para mim. Depois de tanta espera, de tanto sonhar acordado nos meus dias solitários, tenho pressa. Sei que não vamos viver para sempre, mas por ontem, por hoje, pelo tempo que estivermos aqui, eu quero estar com você. Honestamente, pouco eu sei sobre gostar de alguém. Antes de você aparecer na minha sala de estar e pôr pra fora a solidão, eu não gostava de ninguém, não assim. Não como gosto do seu sorriso e da covinha discreta que nos cumprimenta durante as conversas intermináveis pela madrugada. Não como gosto do café meio amargo que só você sabe fazer. Não como gosto das cores e dos cortes das suas roupas. Não como gosto do mundo, dos automóveis, das crianças correndo descalças pela calçada esburacada. Não como gosto dos seus dentes, do canto desafinado do meu papagaio. Não como gosto do meu controle remoto. Até dos meus amigos, como pode, como eu gosto. Meu amor, com você, até da solidão e da saudade eu gosto mais. Eu gosto de você. Meu amor, com você. Eu gosto. Aconteceu. Os dias ficaram bons e bonitos, como eu. Quando a gente não esperava, sem o sino da igreja tocar. O nosso amor foi chegando de fininho, foi montando o seu ninho com as flores da estação. Todo dia é dia pra ficar com você. Todo dia é dia pra querer construir aqueles planos infinitos de nós dois. Sem que as rosas florescessem, sem que as luzes acendessem ou sem que o céu piscasse para mim, a casa foi ficando mais fresca e bonita, foi ficando iluminada com os passos dados por você. Simplesmente aconteceu nós dois. O mundo está bom e bonito, como par, como a gente. Solidão nunca mais.

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