O dia em que o amor nasceu

quinta-feira, 23 de setembro de 2010




Olha, vamos partir do pressuposto de que sou sua filha e de que, com isso, estou apta a usar os clichês “te amo para sempre”, “você é a melhor pessoa do mundo” e “eu não existo longe de você”. O que nos diferencia é o fato de que eu realmente amo, admiro e não vivo sem. E eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo, definitivamente. Mas tudo o que eu tenho de bom, aprendi com você. E o que eu tenho de ruim, desculpe,foi o mundo quem me deu. Não se sinta culpada por isso, você foi e é perfeita em seu papel. É uma mãe exemplar. E eu me encho de orgulho por ter sido criada por você, da forma como fui e ainda sou. Desculpe-me pelas vezes em que peco no comportamento, não é por maldade ou falta de consideração, e isso eu posso te jurar. Posso gritar e esbravejar, do fundo do meu coração, que você é a dona da metade de todo o amor que eu tenho e que a outra metade foi você quem me deu, e que aquilo que te dói, dói mais em mim, e que aquilo que eu faço em ti doer, me mata aos poucos. Mas eu não sei ser diferente ou fazer diferente. Ainda assim, somos mãe e filha, e isso é bonito, é muito, muito bonito, porque mesmo em meio à discórdia, ainda seremos loucas uma pela outra. Você é a única certeza que eu tenho na vida. Eu não estou certa sobre meu curso na universidade, sobre a profissão que pretendo seguir. Eu não sei se posso confiar em todos os meus amigos, em todas as minhas escolhas. Eu nem mesmo sei se quero pintar meu cabelo ou não. Mas enquanto você estiver aqui, eu posso me orientar. Vou lembrar de você a cada passo que eu der, seja em falso ou não, vou recorrer a você em todos os momentos. Enquanto eu respirar. E se tem uma coisa que eu aprendi, é que, independente de convivência ou sangue, nós escolhemos amar. O amor é uma escolha. Uma escolha diária. Escolhemos através dos comportamentos, sentimentos, pensamentos e de toda a subjetividade que há em uma pessoa. A conhecemos por inteiro, e isso não remete a algo físico, mas a algo ético e moral. E eu escolhi amar você. Eu escolhi amar o meu pai, o meu irmão e até a namorada que ele agregou à família. Eu não sei se teria o poder de decisão, se poderia encontrar outra família ou não, mas isso não me importa. Porque, mesmo com todos os problemas e com todas as dificuldades, eu continuo persistindo na minha escolha, eu continuo escolhendo vocês todos os dias. Desde os dias que passaram há todos os dias que virão. E isso é o que chamam de amor. E isso é épico, é bonito. E isso é o que me enche de certeza de que o nosso caso está fadado a ser eterno. E se nada acontece por acaso, e se somos guiados por um ser superior, não se esqueça de que as coisas ficam mal, para que possamos aprender a apreciá-las quando estão boas. E que coisas boas se separam, para que coisas melhores se unam. Isso é família, nunca abandonar ou esquecer.

“Eu te amo para sempre”, “você é a melhor pessoa do mundo” e “eu não existo longe de você”.

Que Deus te abençoe, mamãe.

23/09/2010

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