Era uma vez...

A história poderia começar narrando peripécias de uma abelha rainha. O nome já diz tudo: rainha, preciosa. Essa mesma rainha foi responsável por duas gerações; a uma delas pertence a pequena Lile, uma abelha pequenina que se pintou de dourado com o intuito de imitar o sol. Ela acreditava na felicidade presente nas coisas mais simples, acreditava viver em um conto de fadas; suas companheiras viviam dizendo que lile perdia muito tempo... Ora, mas por que meu Deus? Simples, porque sonhava demais. De uns tempos pra cá, Lile vem aprendendo que nem tudo é como ela imagina. Suas amizades se mostram cada vez mais vulneráveis, apesar de possuir umas poucas verdadeiras; seu último caso, ah, ele sim foi um caso muito bem vivido. Que zangão malandro ele era, e olhe que não fazia a menor questão de disfarçar. Mas e lile? Lile era louca por ele, apesar de saber no que aquilo iria dar. Ele mesmo fazia questão de frizar ao final de cada encontro deles, apenas com a expressão, apenas com um sorriso malicioso: "mas abra um parênteses: não esqueça que independente disso, eu não passo de um malandro." Ela era louca por aquele malandro. O tempo passa, cura feridas que achávamos que jamais iriam cicatrizar. E quando Lile menos espera, a sua abelha rainha enfraquece e mostra que o seu alicerce, sua única fonte de segurança, agora está por um fio. Na verdade, os laços não foram cortados, mas o coração de Lile sangra ao pensar que as coisas não serão como antes e que a saudade vai prevalecer. A mãe de Lile não gosta do tom dos cabelos da pequena, diz que ela precisa mudá-lo, e Lile se importa? Não... Lile tem vivido, e tem aprendido. Lile é mais forte que tudo isso! ... E tenho vivido.